O sistema educativo moçambicano, está desnorteado do foco!
É com muita lástima que olho o sistema educativo
actual em Moçambique que se caracteriza por produzir formandos inabilidades
para nada na vida. Se a educação tem por objectivo formar “pessoas” para saber
como conhecimento, saber fazer, como habilidades e saber ser e estar como
afectividade no que Benjamim
S. Bloom chama de domínios
educativos, no contexto Moçambicano nem uma nem outra coisa se evidencia.
O sistema educativo actual, é mudo que não se
enquandra em nenhuma das dimensões acima citadas. Forma-se jovens habilitados
em nada aliás, August Cury na sua obra intitulada “Código de inteligência” ja
diz que “o sitema educativo actual tem por objectivo preparar alunos para o
mercado e não para a vida e no fundo não prepara para nenhum dos espaços”.
Concordar em pleno com ele pois, os nossos alunos de
agora, terminam nível básico, médio até superior sem conhecimento muito menos habilidades
para não falar do saber ser e estar. São jovens, futuro do país que não sabem o que sabem e nem sabem
o que não sabem.
Associado ao défice do conhecimemento, têm déficit
de habilidades afectivas, não sabem respeitar o próximo, não tem carisma, são
poucos senão nada generosos, não tem compaixão,
não tem capacidade
de suportar tensões, pressões, intempéries, adversidades. São jovens dominados
pelo egoísmo, individualismo, consumidos pelo espírito de competição pelo
sucesso/fama a qualquer custo, de ganhar dinheiro sem sacrifícios, dominados
pelo imediatismo, em suma, são jovens que tem déficit de decifrar aquilo que
August Cury chama de códigos de inteligência.
“As
crianças e os adolescentes da actualidade, são agitados, ansiosos,
insatisfeitos, especialistas em reclamar, não têm paciência, querem tudo na hora,
se fica dez minutos sem fazer nada se estressa”.
A
ausência da afectividade num indivíduo tem consequências imensuráveis. Pode ser
um bom profissional, bom aluno etc em termos de conhecimentos de como gerir uma
empresa, de saber assimilar o que aprendeu, mas se não sabe estar, respeitar,
conviver, comportar-se com os demais,
está condenado ao fracasso.
É
resultado por exemplo da ausência da afectividade que a tragédia do ser frente
ao ter se faz sentir. Como diz Ana Barbosa Beatriz na sua obra ”Mentes consumistas, do consumismo à
compulsão por compras” muitas pessoas da actualidade, são capazes de quase
tudo para obter coisas materiais, que as façam se sentir poderosas, únicas e/ou
celebradas. Em nossos tempos, existem milhares de pessoas que acreditam,
verdadeiramente, que o ter vale
muito mais que o ser.
Portanto,
o conhecimneto, as habilidades e a efectividade são elementos importantes que
devem estar alicerçados num indivíduo e a educação tem o dever de garantir isso
mas não é o que acontece. Jovem de actualidade, vai a escola para satisfazer os
pais ou seja, ele como indivíduo não vê a importância de ir a escola, vai a
escola e não sabe porquê. Já dizia o psiquiatra anteriormente referido que” o último lugar em que os alunos querem estar
é na escola. Segundo esse autor, o excesso de informação, o excesso de
estímulos visuais e sonoros advindos da TV, e de estímulos proveniente dos
computadores, internet, videogames, são responsáveis por esse desinteresse, até
pode ser sobretudo na cidade e no campo, onde há dificuldades de acesso a essas
plataformas?
Certas ou não essas evidências, a realidade
moçambicana é de que a educação (onde a
escola como “entidade reguladora”, os país, a sociedade em geral devem ser
agentes activos do processo e por isso cada um tem a sua responsabilidade) está
falhar no concernete ao seu papel.
Há um devio padrão maior entre o ideial e o real. Há
quem diga que desde a altura em que a ONU definiu a educação como um direito de
acesso universal ou seja,”todo mundo” tem de ir a escola a todo custo, é onde
começa o erro. Provavelmente seja por aqui onde por exemplo em Moçambique
começa-se a se introduzir “passagens automáticas” (um modelo mal
interpretado)como forma de disconjustionar as turmas e garantir a absorção de
novos alunos para assegurar o alcance do almejado direito de acesso universal á
educação formal.
Verdade ou não, o facto é que de algum tempo para
cá, temos um sistema educativo desnortedao do foco.Algo deve ser feito pois,
como diz o ditado, “Investir em
educação é investir no futuro”.
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